Propriedades medicinais na origem das bebidas e drinks

A fascinante ligação histórica entre as bebidas recreativas e os medicamentos: o elo entre curas e sabores.

Conteúdo publicado originalmente no Clube da Barman.

No intrigante mundo dos cocktails, onde a alquimia se encontra com a arte, desvendamos uma história fascinante. Nesta jornada, exploraremos a notável conexão entre bebidas e propriedades medicinais que transcende culturas e eras. Acompanhe-nos e descubra como o álcool, os bitters e o açúcar formam a tríade clássica que deu origem a muitos dos cocktails que conhecemos hoje. Afinal, como diria Einstein, o bartender é algo como um farmacêutico com um estoque limitado.

A TRÍADE CLÁSSICA: A ALQUIMIA POR TRÁS DOS COCKTAILS

Assim como as pirâmides, que surgiram em diferentes culturas e épocas sem comunicação prévia, o uso do álcool como base para extrair propriedades químicas de ingredientes curativos e a adição de açúcares para atenuar sabores intensos também têm uma presença notável na história das bebidas. Essa tríade clássica – álcool, bitters e açúcar – é a base de muitos cocktails, uma combinação que se mantém relevante até os dias de hoje. Assim, podemos afirmar com confiança que o bartender é de fato um farmacêutico com um estoque limitado.

SÁBIOS, MAGOS E MONGES: A MEDICINA NAS BEBIDAS ATRAVÉS DOS SÉCULOS

Elixires e licores com propriedades curativas têm acompanhado a humanidade por séculos. Muitos deles incluíam o álcool em sua composição, combinando-o com ingredientes de propriedades medicinais e toques de doçura para tornar os sabores mais palatáveis. Hipócrates, conhecido como o Pai da Medicina, receitava absinto para tratar anemia e reumatismo. Elixires medicinais eram usados no Egito antigo, enquanto monges e alquimistas criavam fórmulas de licores para cura de males. Algumas dessas receitas sobreviveram até os dias atuais.

NA CULTURA POPULAR: BEBIDAS CURATIVAS EM TODO O MUNDO

A influência das bebidas curativas também pode ser vista na cultura popular de diferentes países. No Brasil, o conhaque com mel e limão, usado como remédio contra gripes, carrega a tríade clássica. A caipirinha, com sua mistura de álcool, cítrico e açúcar, também tem raízes medicinais e usa a tríade como base. O quentão, à base de cachaça, gengibre e açúcar, oferece propriedades digestivas e também repetem a tríade. Até mesmo os xaropes de alho, preparados com cachaça e adoçados para amenizar o sabor forte do alho, fazem parte desse legado.

Fora do Brasil, encontramos equivalentes em outros lugares do mundo. O Daiquiri, um ícone da coquetelaria cubana, adota a mesma fórmula com rum: álcool, cítrico e açúcar. Uma variação interessante é a Canchanchara, que substitui o açúcar de cana pelo mel. Nos Estados Unidos, o Hot Toddy, com rum, especiarias amargas de propriedades curativas e mel, adicionado à água quente, é um remédio caseiro para combater o congestionamento. Isto se repete em vários lugares do mundo, cada um com suas características de clima e ingredientes disponíveis.

 

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