01 a 03 de julho | 2024

A evolução “humano-etílica”

Conteúdo produzido por Miguel Costa exclusivamente para o blog do BCB São Paulo.

   As bebidas alcoólicas e a humanidade já compartilham histórias há milhares de anos. Há tempos o vinho, a cerveja, os licores e até alguns destilados, são consumidos por nós de forma que ficassem marcados no nosso modo de viver. Apesar da indústria de bebidas alcóolicas já existir há centenas de anos, as mudanças mais significativas ocorreram em menos de dois séculos. Nesse meio tempo, tivemos muitos acontecimentos que moldaram a indústria em como ela é hoje. A grande praga da filoxera, a Lei Seca Americana, o lançamento do filme “Cocktail” no cinema (sim, eu falei isso), e vários outros eventos que serviram de experiência para que os trabalhadores dessa área continuassem fazendo o que amam. E para mim, essa é uma das características mais bonitas da nossa área, a paixão pelo que fazemos. Eu, por exemplo, comecei a trabalhar nessa área como bartender em 2017 e hoje, do lado da indústria, como embaixador do Portfólio Premium Bacardí, posso afirmar que a paixão pelo que faço é o que me move. Representar marcas como Grey Goose, Bombay Sapphire e Dewar’s é um grande prazer, ainda mais quando o meu dia a dia é baseado no relacionamento com aquelas pessoas que manipulam e transformam meus produtos em obras de artes líquidas. Por isso, entendo que todos que trabalham do lado de fora dos balcões podem e devem dar mais importância para aqueles que estão do lado de dentro. Afinal, são eles que, durante o serviço, viram embaixadores das marcas com objetivo de vende-las junto à experiências marcantes aos consumidores finais. Com o serviço feito de forma correta, o consumidor vai não só lembrar do drink e seus sabores, como também do profissional que o fez e do produto que foi utilizado.

   A relação entre o ser humano e as bebidas alcoólicas é muito consolidada. Quando estamos felizes, bebemos para celebrar, quando estamos tristes, bebemos para tentar esquecer as tristezas, quando queremos comemorar algo, bebemos para conseguirmos uma experiência a mais. Por isso, essa indústria, apesar dos altos e baixos, sempre consegue se reerguer e se inovar. Ela é forte, constante e sempre está em mudança. Principalmente no Brasil, considerando a nossa variedade de recursos naturais e a nossa cultura gastronômica, essa evolução de mercado nos traz grandes promessas e inspirações para o futuro da área, mas tudo depende de nós. Veja por exemplo: durante a praga da filoxera no século XIX, quase todos os vinhedos europeus foram destruídos. Mas, se não fosse pela forte ligação que o ser humano tem com o vinho, não teria por que pesquisadores da época se empenhassem tanto para que a situação fosse revertida.

   Em suma, entendo que o mercado de bebidas alcoólicas sempre estará se expandindo. Mesmo com altos e baixos, as evoluções estarão sempre presentes. Se não fosse assim, ainda estaríamos bebendo uma mistura de arroz, uvas e bagas de espinheiro-alvar fermentadas em vasilhas de barro. Não sei você, mas eu prefiro beber um Negroni bem feito!

 

Conteúdo produzido por Miguel Costa exclusivamente para o blog do BCB São Paulo.